Resultado x desempenho
Uma mísera vitória em sete jogos no Gauchão. A campanha do Internacional até o momento é no mínimo vexatória! Entretanto, é preciso contextualizar: faz pouco que Antônio Carlos Zago conseguiu dar alguma cara à equipe que nas últimas duas temporadas praticamente inexistia coletivamente. Na fraca atuação contra o Juventude no Alfredo Jaconi, entretanto, o resultado adverso e, principalmente, o fraco desempenho, teve o treinador como responsável maioral. O equívoco mais traumático foi a retirada de Uendel do meio-campo. Somada a ausência de D’Alessandro, suspenso, o colorado perdeu transição, armação e posse de bola. Confira os ‘sete erros’ cometidos em Caxias do Sul que servem de legado para o restante da temporada. Afinal, errar é humano, mas insistir..
1) Uendel na lateral
Contratado como lateral-esquerdo o camisa 6 se tornou o fator equilibrante do losango de Zago. Ao lado de D’Alessandro e Carlinhos, o ex-corintiano torna o lado canhoto o centro nervoso do time, isto é, o principal celeiro criativo. Mesmo sem poder utilizar Carlinhos e Iago, Zago deveria ter mantido Uendel no meio, ainda mais para amenizar a ausência do capitão colorado.
2) William no meio-campo
Se algum dia William render no meio-campo é provável, levando em conta as características do camisa 34, que isso ocorra atuando aberto à direita no 4-2-3-1. Ponto! Como segundo volante, ou médio apoiador, o jogador sucumbiu e escancarou ainda mais a sua falta de ritmo. No segundo tempo, quando foi deslocado para a lateral-esquerda repetiu o mesmo ‘fracasso’. Entretanto, como Uendel foi para o meio, o time evolui em relação à etapa inicial.
3) Roberson na armação
O camisa 19 é no máximo opção para o ataque do time. Roberson jamais poderá atuar na zona de articulação. Ele é o ‘velho’ ponta-de-lança, ou segundo atacante, como queiram. Sem D’Ale e com Uendel na lateral no primeiro tempo, o Inter reencarnou a famigerada tática da ligação direita, sobretudo tendo Paulão como protagonista.
4) Seijás no ostracismo
Embora não seja camisa 10 de carteirinha, Seijás precisa ser testado na função de D’Ale quando houver necessidade. O venezuelano é o jogador mais próximo de ser alternativa como ‘cabeça pensante’. Será preciso dosar a presença do capitão. Zago está perdendo a oportunidade de testar o camisa 23 neste início de temporada.
5) Gurizada como solução
É preciso cuidado na relação ‘apostar nos jovens’ x ‘queimar etapas’. Após início promissor, o garoto Charles vem oscilando. Embora seja natural por se tratar de um jovem recém promovido à titularidade, ele ‘coroou’ sua fraca atuação com uma expulsão infantil. A direção precisa contratar um segundo volante em nível de titularidade para que a ‘responsa’ não recaia somente no camisa 35. Em tempo: Léo Ortiz também tem caído de rendimento. Embora tenha destaque pelos lançamentos e qualidade técnica, o camisa 33 tem demonstrado séria fragilidade quando fica no ‘mano a mano’ contra os avantes, sendo facilmente batido em drible ou em velocidade. Tudo indica que a defesa em breve será composta por Paulão e Victor Cuesta.
6) Brenner substituído
Após a expulsão de Charles, Zago realizou substituições para reequilibrar o time defensivamente, mas sem abrir mão do contra-ataque, tendo Carlos e Valdívia pelos flancos. Entretanto, o comandante errou ao deixar Roberson como referência em detrimento de Brenner. Na fase que vive o camisa 38 nada justifica a escolha.
7) Arbitragem e chavão
O árbitro Diego Real interferiu diretamente no resultado ao assinalar pênalti de Junio, que foi convertido por Tadeu. Eis mais um caso do ‘na dúvida, é pró-casa quase sempre’. Todavia, a reclamação do vice-de-futebol Roberto Melo foi descabida ao colocar em xeque a ‘lisura do campeonato’. Foi o batismo de Melo como cartola. Até então o dirigente tinha conduta elogiável e digna com o futebol profissional, ilustrado pela reformulação do elenco.
Futuro
Para a partida de volta contra o Sampaio Correa no Beira-Rio, na quarta-feira (15/03), é aconselhável que Zago mande a campo uma equipe alternativa frente a larga vantagem de 4 a 1 obtida na última semana. Será a chance de vermos, entre outros, Seijás no meio-campo. Olho também em Valdívia, que carece de ritmo de jogo. Carlos como referência também merece ser experimentado.
Boa sorte aos vermelhos!!!
Fotos: Internacional oficial/ Ricardo Duarte